Essa semana que se passou recebi um e-mail que falava a respeito da educação. O que chamava a atenção nessa mensagem sobre a educação era para onde era apontada a educação. Ela não estava apontada para os livros ou para os grandes saberes, mas antes para os olhos. Educar por meio dos olhos, ensinar a ver.
É por meio dos olhos que podemos olhar ao nosso redor e ver as maravilhas de Deus. Mais, para além disso, podemos ver a sua presença em suas maravilhas.
O texto bíblico a pouco lido do profeta Isaías nos mostra a importância de termos os nossos olhos “ensinados” para podermos ver o “chamado” que Deus nos faz para uma vida diante da sua presença e de seus cuidados.
O povo de Israel havia se desviado da presença de Deus. O povo havia esquecido os grandes feitos pelos quais Deus os havia dado liberdade e o direito de serem o povo escolhido de Deus. O Profeta Isaías inicia o seu livro relatando a respeito dessa corrupção, desse desvio de conduta: “Escutem, céus; ouça ó terra! O SENHOR é quem fala: Eu criei e eduquei filhos, mas eles se revoltaram contra mim” (Is 1.2).
Isaías denuncia toda a maldade que se encontra no coração de Israel que se mostrava de maneira clara na desigualdade social encontrada entre o povo e na falsa piedade e práticas religiosas que escondiam a opressão exercida sobre os mais fracos e excluídos. Com essa denúncia o profeta aponta para o orgulho e para idolatria que estava levando o povo a esquecerem de Deus e de seus ensinamentos.
O povo de Israel precisava novamente ser “ensinado” a voltar seus olhos para Deus. O caminho em que seus olhos apontavam estava levando o povo à ruína, a destruição. Um caminho trilhado pelo orgulho, idolatria e auto-justiça levaria o povo a condenação, a qual se daria na escravidão.
É diante desse quadro da corrupção do povo que o profeta Isaías fala sobre o seu chamado para ser o mensageiro de Deus. E ele sabe e reconhece que a importância não estava no ser chamado em si, mas sim naquele que chama e na mensagem a ser anunciada.
Com as palavras: “eu vi o SENHOR assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo” (Is 6.1) o profeta aponta para o único e verdadeiro Deus, donde a salvação para o povo poderia ser encontrada.
O rei Acaz temia pela segurança do povo de Judá e julgava que a salvação estava em fazer alianças com outros povos. Por isso o profeta precisa mais uma vez apontar para a única fonte de salvação possível: para Deus. É vivendo diante da presença de Deus e de seu trono que o povo terá segurança. Diante desse tempo de insegurança brilha a promessa do Emanuel, ou seja, “o Deus conosco” confirmando a presença de Deus como proteção para o seu povo.
Essa, muitas vezes é a nossa situação também. Diante dos problemas que nos cercam e da nossa limitação a qual nos mostra muitas vezes a nossa fraqueza, somos tentados a olharmos para outros caminhos e colocarmos a nossa confiança longe de Deus. Por isso, os nossos olhos precisam sempre de novo ser voltado para Deus, onde podemos encontrar socorro e proteção. É no “Deus conosco” que podemos colocar todas as nossas frustrações e fraquezas, certos de nunca seremos desamparados.
O profeta experimento tal sentimento. Diante do trono de Deus, sabe que não pode ver a Deus face a face. A presença dos anjos e serafins e a fumaça que encheu o lugar onde estava indicava isso. O profeta sabe que por causa de seu pecado não pode estar diante da presença de Deus, por isso exclama: “Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, O SENHOR dos Exércitos!” (Is 6. 5).
Essa é a mesma reação que vemos em Pedro, no evangelho, após a pesca maravilhosa realizada por Jesus: “Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador” (Lc 5 . 8).
Ambos, Isaías e Pedro, sabem que não podem ver a Deus por causa do seu pecado, e continuarem vivos: “Não me poderás ver face a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá” (Dt 33.20)
No entanto, a resposta dado por Deus ao profeta mostra como Deus age com aqueles que reconhecem seus pecados e colocam sua confiança em Deus: “Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz...com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado”. (Is 6.7).
“Eis que a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado”. Que belas e consoladoras palavras Isaías ouviu. Que belas e consoladoras palavras ouvimos nós. Quando, diante de sua situação de pecador diante da presença de Deus, Isaías esperava pela condenação, ouviu palavras de consolo, de amparo, de salvação. Deus não o rejeitou por causa de seu pecado, antes o acolheu e lhe deu alívio para a sua angústia: “Os teus pecados estão perdoados”.
Esse é o resultado de uma vida diante do “Deus conosco”. Somos acolhidos, amparados e temos os nossos temores e consciência aliviados com as palavras: “Os teus pecados estão perdoados”.
Isaías não apenas ouviu tais palavras, mas pode com os seus olhos ver e sentir a salvação que Deus estava preparando para o seu povo. Uma salvação que se faria presente no meio do povo, que andaria no meio do povo e que acolheria o povo em suas fragilidades, fraquezas, abandono e pecado e daria ao povo o alívio, o descanso de suas cargas ao oferecer-lhes o perdão e o cuidado que vinha de Deus.
Por isso as palavras ditas pelo SENHOR: “A quem enviarei, e quem irá por nós? Aponta para dois caminhos: 1. Para o próprio profeta Isaías, o qual iria para anunciar ao povo rebelde de Judá o juízo de Deus.
O povo não quis ouvir e nem ver a salvação a qual Deus estava preparando para eles. Se sentiam seguros em suas alianças feitas com outros povos. Por isso não conseguiam ver a sua real situação de povo rebelde e afastado de Deus, nem a necessidade de serem salvos. O que resta para esse povo é o Juízo de Deus.
2. Essas palavras “A quem enviarei, e quem irá por nós?” aponta para o Salvador o qual Deus enviaria para resgatar o povo: Jesus, o Deus conosco.
Toda a mensagem do profeta Isaías será para convidar o povo de Israel ao arrependimento e abandonarem suas vidas de rebeldia e agora apontarem seus olhos para a salvação a qual o próprio Deus estava enviando do céu.
E esse convite também é para nós: Deus está nos convidando, por meio de Jesus, para termos uma vida diante de sua presença e de seus cuidados. É por meio de Jesus que temos acesso a presença gloriosa de Deus.
Quem aponta os nossos olhos para o Salvador? Essa é a nossa pergunta. A resposta é próprio Deus quem nos dá. Por meio da ação do Espírito Santo temos os nossos olhos apontados para o caminho de nossa salvação: Para a cruz de Jesus. E é lá, ao pé da cruz, que encontramos o perdão e a vida diante da presença de Deus. Uma vida de gratidão e louvor por causa da sua graça para conosco, como nos coloca o salmista Davi: “Render-te-ei graças, SENHOR, de todo o meu coração... por causa da tua misericórdia e da tua verdade...” (Sl 138.1-2).
Misericórdia e verdade que se revelam nas palavras: “A tua iniqüidade foi tirada, os teus pecados, perdoados”. Palavras que revelam a nós o amor e cuidado que Deus tem por cada um e como ele faz para vir ao nosso encontro e nos acolher em nossa fraqueza e pecado.
E acolhidos e aceitos por Deus, podemos então responder como o profeta Isaías: “Envia-me a mim Senhor”. Envia-me a mim para que eu possa compartilhar com todos a maravilha de uma vida diante de tua presença. Envia-me a mim para que eu possa anunciar o seu consolo e amparo a todos que estão cansados e desanimados por causa do pecado. Envia-me a mim para anunciar as Boas Novas que trazem alegria, perdão e salvação. Envia-me a mim para que eu possa ajudar o meu próximo a olhar para o Salvador Jesus e encontrar nele o descanso para suas aflições.
Envia-me a mim, não porque eu mereço, ou sou melhor que o meu próximo, não. Mas sim porque sou tão pecador como eles, mas encontrei em tua graça o refrigério, o amparo, a paz e o perdão e desejo compartilhar essa graça com cada um agora.
Certamente quando somos ensinados pelos nossos olhos, não apenas aprendemos, mas vivemos o aprendizado pelos olhos. Deus nos convida, pelos nossos olhos, a vermos a salvação que ele nos preparou. Uma salvação que nos acolhe, ampara e nos diz: “Os seus pecados estão perdoados”. E nessa salvação que encontramos alivio para as nossas dores e uma vida diante da presença e dos cuidados de Deus, certos de que, em Cristo: Deus está conosco!
Elton Americo - Estagiário Sapiranga
terça-feira, 27 de julho de 2010
Escola Bíblica de Limeira: "Viajando com Jesus"
Limeira - SP: Foi realizado na cidade de Limeira, nos dias 21 a 23 de Julho de 2010 a Escola Bíblica de Férias, da Congregação Evangélica Luterana Bom Pastor de Limeira. Com a supervisão do Pastor Gilson Persike e muito trabalho dos professores da Escola Bíblica da Congregação, as crianças foram levadas a viajar com Jesus. Comtemplando alguns milagres de Jesus, a enfase do encontro foi missionária, com o tema "Ide, portanto, fazei discipulos de todas as nações" Mt. 28.19.Lindo Evento...
Elton Americo - Estagiário Sapiranga
terça-feira, 6 de julho de 2010
Deus Consola o seu povo - Is 66.10-14
Choros, lágrimas, rostos de decepções, essa foi à imagem do brasileiro nessa útlima semana que se passou. Um sentimento de abatimento e derrota rondava o coração de cada pessoa ao ver a seleção Brasileira de futebol eliminada da copa do mundo.
Mais que um time, a seleção representava um símbolo, a imagem de cada brasileiro. Ela representava a nação e as suas expectativas. Seus anseios, seus sonhos, sua esperança. E de repente, noventa minutos, e tudo se foi. O sonho se foi, a esperança se foi. E o que restou foi o choro, as lágrimas, a decepção e um povo que precisa agora ser amparado e consolado após a sua queda.
Choro, lágrimas e decepção! Esses são sentimentos que o povo de Israel conheciam muito bem. Sua história como povo mostra como essas marcas estavam sempre presente em sua trajetória.
O povo de Israel havia sido escolhido pelo próprio Deus para ser o seu povo. E a promessa de Deus para esse povo é bem simples: enquanto eles andassem nos caminhos de Deus, e deixasse que Deus cuidasse deles, então Deus os abençoaria e os faria em grande nação.
Todos os elementos para uma história feliz se desenhavam para o povo de Israel. No entanto, sua trajetória, sua história é de sofrimento, choro e escravidão.
O povo não guardou a promessa, adorou outros deuses, colocaram os seus cuidados em falsas alianças com outros povos e desprezaram o cuidado e o amor que Deus estava oferecendo a eles. Resultado disso: O povo foi levado escravo pelo reino da Babilônia, viu sua terra natal sendo deixado para traz, suas casas sendo queimadas, seus filhos mortos, o templo destruído. Toda a sua esperança como povo de Deus estava agora escorrendo como as lágrimas de desespero e desânimo em seus rostos. E o que resta no coração do povo, junto coma a sua história triste, é um sentimento de abandono, desamparo e fracasso. Deus, no pensamento do povo, os havia abandonado.
Quando vemos nossas casas sendo levadas pela enxurrada, sobrando apenas escombro, nossos filhos desesperados frente a morte e sendo obrigados a dividir um colchão, comida e a dignidade, também nos sentimos abandonados por Deus. Em lugar de uma história feliz, vemos também uma história triste se escrevendo em nossa frente.
Para o povo de Israel, ser tirado de sua terra natal era muito mais do que apenas serem transportados de um lugar para o outro. Antes representava para aquele povo a perda de sua identidade. A perda do seu “símbolo”; o ser o povo escolhido de Deus. E agora, o que resta para o povo é o choro, a vergonha e o lamento por não terem dado ouvido ao chamado de Deus ao arrependimento, feito por meio do profeta Isaías. E nada havia que o povo pudesse fazer para mudar a sua situação.
É diante desse sentimento de fraqueza e abandono do povo, que Deus envia por meio do profeta Isaías uma mensagem de consolo para o povo: “Regozijai-vos juntamente com Jerusalém e alegrai-vos por ela...porque assim diz o Senhor: Eis que estenderei sobre ela a paz como um rio, e a glória das nações, como uma torrente que transborda; então mamareis, nos braços vos trarão e sobre os seus joelhos vos acalentarão...” (Is 66. 10, 12).
Deus estava renovando a esperança do povo. Ele estava libertando o seu povo e trazendo-os de volta para a terra que o próprio Deus havia dado a eles. Deus estava restaurando no povo o seu “símbolo”; o de ser o povo escolhido de Deus. A reconstrução do templo mostrava isso.
Certamente que ao regressarem a sua terra e verem suas casas destruídas e a ruína do templo, um novo sentimento de frustração tomou conta do coração daquele povo.
Mas, salvação que Deus oferece ao povo é uma salvação completa, que opera uma nova criação naquele povo, ou seja, Deus não apenas traz o seu povo de volta, mas ainda o sustenta, lhes da a paz, os consola e devolve a felicidade ao povo.
Dessa maneira, Deus estava animando o povo a recomeçarem suas vidas, guiadas agora por aquilo que Deus estava oferecendo:
- O Sustento: “para que mameis e vos fartarei dos peitos das suas consolações: para que sugueis e vos deleiteis coma abundância da sua glória” (Is 66.1). Dentro dessa nova oportunidade que Deus estava oferecendo ao seu povo, certamente o sustento tanto físico (comida, casa, lar, etc) como espiritual (palavra) estavam sendo oferecidos em abundância, ou seja, sem medidas, para o povo. A figura do leite materno (para que mameis e sugueis) nos mostra isso. O leite materno é um alimento completo, que supre todas as necessidades da criança. Dentro dessa “nova criação”, Deus oferece o sustento completo que supre todas as necessidades do povo.
Esse “sustento” que Deus ofereceu ao povo de Israel, continua sendo oferecidos a nós hoje. Deus continua nos oferecendo o alimento completo que supre todas as nossas necessidades, tanto física (família, emprego, pão de cada dia, saúde, etc) como espiritual (palavra e sacramentos). E a promessa de Deus para nós é; que nos deleitemos com a abundância da sua graça” (Is 66.1)
- Paz: “Porque assim diz o Senhor: Eis que estenderei sobre ela a paz como um rio, e a glória das nações, como torrente que transborda; então mamareis, nos braços vos trarão e sobre os joelhos vos acalentarão” (Is 66. 12). Dentro da figura de uma mãe com um filho, o colo da mãe é o lugar onde a criança se sente segura, tão segura que ela dorme tranqüila na certeza de que está protegida: do frio, pois o corpo da mãe a esquenta e dos perigos, pois a própria mãe a protege. A paz que Deus está oferecendo ao povo, é uma paz que vai além da simples ausência de guerras ou problemas, mas antes é a certeza, que no “colo” do pai eles estão protegidos, por isso, podem repousar tranqüilos.
Esse é o convite de Deus para cada um de nós; que possamos nos colocar nos “braços do pai” assim como uma criança se coloca inteiramente aos cuidados do colo da mãe, e deixar que Deus nos proteja dos nossos problemas, das nossas dores, dos nossos pecados, na certeza de que em seus braços encontramos paz e proteção.
- Consolo: “Como alguém a quem a sua mãe consola, assim eu vos consolarei, e em Jerusalém vós sereis consolados” (Is 66.13). Em meio a todo o sofrimento que o povo havia passado em sua escravidão e agora também com o desafio de recomeçar as suas vidas, reconstruir suas casas, seu templo, etc, Deus se faz presente com o seu consolo. Esse consolo é a certeza de que Deus não havia abandonado o povo quando eles estavam sofrendo. E Era a certeza também de que Deus estaria com eles nessa nova jornada que se iniciava. Sem esse consolo de Deus o povo não teria forças nem animo para recomeçarem.
Esse consolo é oferecido ainda hoje a cada um de nós. Ele está presente no perdão que Deus nos oferece e na oportunidade de podermos recomeçar as nossas vidas na certeza de que nossos pecados foram de fato apagados diante de Deus. O consolo de Deus para nós se faz presente na cruz do Salvador Jesus, onde podemos deixar as nossas cargas pesadas causadas pelo pecado, na certeza de Cristo nos ampara e alivia de nossos ombros essas cargas.
- Felicidade: “ Vós o vereis, e o vosso coração se regozijará, e os vossos ossos revigorarão como a erva tenra” (Is 66.14) A Salvação de Deus para o povo, a qual daria ao povo a certeza do sustento de Deus, sua paz e o seu consolo, também produziria no povo um novo sentimento: “Felicidade”. Essa felicidade não seria apenas um sentimento de bem-estar, mas antes seria a certeza de que “a triste história” que o povo passava havia tido um fim, e o que se faria presente é a “feliz história” que Deus havia preparado para o seu povo. E dentro dessa “Feliz história”, o choro, o abandono e o lamento dariam lugar para a alegria e para a nova vida. A nova vida que tinha seu início com a reconstrução de sua terra, mas que ia até o futuro, na salvação que Deus havia prometido a eles.
Esse é o sentimento que a vida que Deus oferece aos seus filhos produz; Felicidade. Felicidade em saber que Deus nos uniu novamente com ele, nos dando a certeza de uma nova vida. Uma nova vida com seu inicio aqui nesse mundo, nos reerguendo das decepções sofridas no dia a dia, como a eliminação na copa do mundo, ou na reconstrução total de nossas vidas depois de uma tempestade.
Essa felicidade aponta nossos corações também para a eternidade, para a vida a qual Jesus conquistou para nós, na qual a presença de Deus e os seus cuidados serão permanentes e a decepção, a dor, o choro e a lágrima não mais existirão.
Certamente que essa semana foi uma semana triste para nós brasileiro. Choramos, nos decepcionamos. Foi uma semana difícil também para as pessoas no nordeste, que viram suas vidas serem levadas nas enxurradas. Mas é nesse momento de dor, decepção e choro que Deus tem uma palavra de consolo para nós: Regozijai-vos juntamente com Jerusalém, alegrai-vos “com ela”, porque Deus veio ao nosso encontro para nos resgatar, enxugar de nossos olhos as lágrimas e nos dar a oportunidade de um recomeço. Amém.
Elton Americo - Estagiário Sapiranga - RS
Mais que um time, a seleção representava um símbolo, a imagem de cada brasileiro. Ela representava a nação e as suas expectativas. Seus anseios, seus sonhos, sua esperança. E de repente, noventa minutos, e tudo se foi. O sonho se foi, a esperança se foi. E o que restou foi o choro, as lágrimas, a decepção e um povo que precisa agora ser amparado e consolado após a sua queda.
Choro, lágrimas e decepção! Esses são sentimentos que o povo de Israel conheciam muito bem. Sua história como povo mostra como essas marcas estavam sempre presente em sua trajetória.
O povo de Israel havia sido escolhido pelo próprio Deus para ser o seu povo. E a promessa de Deus para esse povo é bem simples: enquanto eles andassem nos caminhos de Deus, e deixasse que Deus cuidasse deles, então Deus os abençoaria e os faria em grande nação.
Todos os elementos para uma história feliz se desenhavam para o povo de Israel. No entanto, sua trajetória, sua história é de sofrimento, choro e escravidão.
O povo não guardou a promessa, adorou outros deuses, colocaram os seus cuidados em falsas alianças com outros povos e desprezaram o cuidado e o amor que Deus estava oferecendo a eles. Resultado disso: O povo foi levado escravo pelo reino da Babilônia, viu sua terra natal sendo deixado para traz, suas casas sendo queimadas, seus filhos mortos, o templo destruído. Toda a sua esperança como povo de Deus estava agora escorrendo como as lágrimas de desespero e desânimo em seus rostos. E o que resta no coração do povo, junto coma a sua história triste, é um sentimento de abandono, desamparo e fracasso. Deus, no pensamento do povo, os havia abandonado.
Quando vemos nossas casas sendo levadas pela enxurrada, sobrando apenas escombro, nossos filhos desesperados frente a morte e sendo obrigados a dividir um colchão, comida e a dignidade, também nos sentimos abandonados por Deus. Em lugar de uma história feliz, vemos também uma história triste se escrevendo em nossa frente.
Para o povo de Israel, ser tirado de sua terra natal era muito mais do que apenas serem transportados de um lugar para o outro. Antes representava para aquele povo a perda de sua identidade. A perda do seu “símbolo”; o ser o povo escolhido de Deus. E agora, o que resta para o povo é o choro, a vergonha e o lamento por não terem dado ouvido ao chamado de Deus ao arrependimento, feito por meio do profeta Isaías. E nada havia que o povo pudesse fazer para mudar a sua situação.
É diante desse sentimento de fraqueza e abandono do povo, que Deus envia por meio do profeta Isaías uma mensagem de consolo para o povo: “Regozijai-vos juntamente com Jerusalém e alegrai-vos por ela...porque assim diz o Senhor: Eis que estenderei sobre ela a paz como um rio, e a glória das nações, como uma torrente que transborda; então mamareis, nos braços vos trarão e sobre os seus joelhos vos acalentarão...” (Is 66. 10, 12).
Deus estava renovando a esperança do povo. Ele estava libertando o seu povo e trazendo-os de volta para a terra que o próprio Deus havia dado a eles. Deus estava restaurando no povo o seu “símbolo”; o de ser o povo escolhido de Deus. A reconstrução do templo mostrava isso.
Certamente que ao regressarem a sua terra e verem suas casas destruídas e a ruína do templo, um novo sentimento de frustração tomou conta do coração daquele povo.
Mas, salvação que Deus oferece ao povo é uma salvação completa, que opera uma nova criação naquele povo, ou seja, Deus não apenas traz o seu povo de volta, mas ainda o sustenta, lhes da a paz, os consola e devolve a felicidade ao povo.
Dessa maneira, Deus estava animando o povo a recomeçarem suas vidas, guiadas agora por aquilo que Deus estava oferecendo:
- O Sustento: “para que mameis e vos fartarei dos peitos das suas consolações: para que sugueis e vos deleiteis coma abundância da sua glória” (Is 66.1). Dentro dessa nova oportunidade que Deus estava oferecendo ao seu povo, certamente o sustento tanto físico (comida, casa, lar, etc) como espiritual (palavra) estavam sendo oferecidos em abundância, ou seja, sem medidas, para o povo. A figura do leite materno (para que mameis e sugueis) nos mostra isso. O leite materno é um alimento completo, que supre todas as necessidades da criança. Dentro dessa “nova criação”, Deus oferece o sustento completo que supre todas as necessidades do povo.
Esse “sustento” que Deus ofereceu ao povo de Israel, continua sendo oferecidos a nós hoje. Deus continua nos oferecendo o alimento completo que supre todas as nossas necessidades, tanto física (família, emprego, pão de cada dia, saúde, etc) como espiritual (palavra e sacramentos). E a promessa de Deus para nós é; que nos deleitemos com a abundância da sua graça” (Is 66.1)
- Paz: “Porque assim diz o Senhor: Eis que estenderei sobre ela a paz como um rio, e a glória das nações, como torrente que transborda; então mamareis, nos braços vos trarão e sobre os joelhos vos acalentarão” (Is 66. 12). Dentro da figura de uma mãe com um filho, o colo da mãe é o lugar onde a criança se sente segura, tão segura que ela dorme tranqüila na certeza de que está protegida: do frio, pois o corpo da mãe a esquenta e dos perigos, pois a própria mãe a protege. A paz que Deus está oferecendo ao povo, é uma paz que vai além da simples ausência de guerras ou problemas, mas antes é a certeza, que no “colo” do pai eles estão protegidos, por isso, podem repousar tranqüilos.
Esse é o convite de Deus para cada um de nós; que possamos nos colocar nos “braços do pai” assim como uma criança se coloca inteiramente aos cuidados do colo da mãe, e deixar que Deus nos proteja dos nossos problemas, das nossas dores, dos nossos pecados, na certeza de que em seus braços encontramos paz e proteção.
- Consolo: “Como alguém a quem a sua mãe consola, assim eu vos consolarei, e em Jerusalém vós sereis consolados” (Is 66.13). Em meio a todo o sofrimento que o povo havia passado em sua escravidão e agora também com o desafio de recomeçar as suas vidas, reconstruir suas casas, seu templo, etc, Deus se faz presente com o seu consolo. Esse consolo é a certeza de que Deus não havia abandonado o povo quando eles estavam sofrendo. E Era a certeza também de que Deus estaria com eles nessa nova jornada que se iniciava. Sem esse consolo de Deus o povo não teria forças nem animo para recomeçarem.
Esse consolo é oferecido ainda hoje a cada um de nós. Ele está presente no perdão que Deus nos oferece e na oportunidade de podermos recomeçar as nossas vidas na certeza de que nossos pecados foram de fato apagados diante de Deus. O consolo de Deus para nós se faz presente na cruz do Salvador Jesus, onde podemos deixar as nossas cargas pesadas causadas pelo pecado, na certeza de Cristo nos ampara e alivia de nossos ombros essas cargas.
- Felicidade: “ Vós o vereis, e o vosso coração se regozijará, e os vossos ossos revigorarão como a erva tenra” (Is 66.14) A Salvação de Deus para o povo, a qual daria ao povo a certeza do sustento de Deus, sua paz e o seu consolo, também produziria no povo um novo sentimento: “Felicidade”. Essa felicidade não seria apenas um sentimento de bem-estar, mas antes seria a certeza de que “a triste história” que o povo passava havia tido um fim, e o que se faria presente é a “feliz história” que Deus havia preparado para o seu povo. E dentro dessa “Feliz história”, o choro, o abandono e o lamento dariam lugar para a alegria e para a nova vida. A nova vida que tinha seu início com a reconstrução de sua terra, mas que ia até o futuro, na salvação que Deus havia prometido a eles.
Esse é o sentimento que a vida que Deus oferece aos seus filhos produz; Felicidade. Felicidade em saber que Deus nos uniu novamente com ele, nos dando a certeza de uma nova vida. Uma nova vida com seu inicio aqui nesse mundo, nos reerguendo das decepções sofridas no dia a dia, como a eliminação na copa do mundo, ou na reconstrução total de nossas vidas depois de uma tempestade.
Essa felicidade aponta nossos corações também para a eternidade, para a vida a qual Jesus conquistou para nós, na qual a presença de Deus e os seus cuidados serão permanentes e a decepção, a dor, o choro e a lágrima não mais existirão.
Certamente que essa semana foi uma semana triste para nós brasileiro. Choramos, nos decepcionamos. Foi uma semana difícil também para as pessoas no nordeste, que viram suas vidas serem levadas nas enxurradas. Mas é nesse momento de dor, decepção e choro que Deus tem uma palavra de consolo para nós: Regozijai-vos juntamente com Jerusalém, alegrai-vos “com ela”, porque Deus veio ao nosso encontro para nos resgatar, enxugar de nossos olhos as lágrimas e nos dar a oportunidade de um recomeço. Amém.
Elton Americo - Estagiário Sapiranga - RS
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Noite Agitada em Sapiranga...
Sapiranga - RS: A noite do último sábado foi agitada para a Juventude São Mateus de Sapiranga. Banda, recolhimento de alimentos para ação social, visita da diretoria do Distrito DIVASI de jovens, muita gente bonita, bom estudo e muita, muita alegria, diversão e amizade. Não existem palvras para poder falar da beleza desse "jardim" que estava repleto de flores. "Jardim" que é cultivado pelo amor de Deus. Parabéns Jovens de Sapiranga.
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