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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Somos maravilha criadas por Deus - Gn 2.18-24


Nesses últimos dias fomos surpreendidos pelos meios de comunicação com a notícia de que foi descoberto um fóssil (ossos) do mais antigo ancestral do homem. Ardi, como é chamado, é uma fêmea, pesava 50 quilos e viveu aproximadamente à 4,5 milhões de anos. No entanto o que nos chama a atenção nessa descoberta é o fato de ela reverter o que os cientistas pensavam sobre a evolução humana. “Em vez de o homem ter evoluído de uma criatura semelhante ao chipanzé, a nova descoberta oferece evidências de que chipanzés e humanos tiveram evoluído por caminhos diferentes.
Evolução! Essa palavra que é usada para explicar a origem do homem. E quanto mais se tenta buscar respostas nessa palavra para se definir a origem do homem mais distante os homens ficam de uma resposta. Mas longe ficam de uma resposta porque olham para a direção errada
O texto bíblico de Gênesis lido a pouco nos mostra a direção para onde devemos olhar. Ele nos aponta para Deus onde todas as coisas foram criadas e por quem tudo existe: “Então, formou o SENHOR DEUS ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida...”Gn 2.7. Deus criou o homem e fez dele a melhor e mais excelente de todas as criaturas, conforme nos mostra o autor de Hebreu: “Fizeste-o, por um pouco menor que os anjos, de glória e de honra o coroaste.”Hb 2.7.
Mas qual a importância de se confessar que Deus é o nosso criador? Essa talvez possa ser a nossa pergunta. E a resposta é o próprio Deus que nos dá.
Confessarmos que Deus é nosso criador é reconhecermos que tudo o que temos e somos vem de Deus. O salmista nos lembra isso quando diz: “Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos! Dos trabalhos de tuas mãos comerás, feliz serás, e tudo irá bem.” Sl 128.1,2. Podemos ver esse reconhecimento na explicação de Lutero sobre o primeiro artigo da criação: “Creio que Deus me criou a mim e a todas as coisas e me deu olhos, ouvidos e todos os membros, razão e todos os sentidos e ainda os preserva; além disso, me dá vestes, calçados, comida e bebida, casa e lar, esposa e filhos... Supre-me abundantemente e diariamente com todo o necessário para o corpo e a vida. E tudo isso faz unicamente por sua paterna e divina bondade e misericórdia...”
Deus é o nosso criador e também o nosso mantenedor. Como uma aluna disse em uma aula de doutrina: “Deus é o nosso cuidador”.
Deus é quem “cuida” para que o homem não se sinta só: “Disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” Gn 2.18. Um auxiliadora idônea significa alguém que caminhará lado a lado, que será uma ajudadora, uma companheira, ou como nos coloca a linguagem de hoje, “uma outra metade” que complete o homem.
E Adão reconhece esse cuidado de Deus em “completá-lo” em providenciar para ele uma companheira, por isso ele exclama em gratidão a Deus: “Esta afinal é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa (mulher) porquanto do varão (homem) foi tomada” Gn. 2.24.
E a mulher agora desfrutava com o homem da administração do paraíso de Deus. Deus os colocou no jardim do Éden, para cultivá-lo e guardá-lo (Gn 1.15). “E Deus os abençoou e disse: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a” (Gn 1.28). Uma administração que não tinha nada de “sangue, sofrimento, suor e lágrimas”. Adão e Eva, uma só carne, administrando com amor.
Como criador Deus é quem “cuida” do homem quando ele cai em pecado e desobedece ao próprio Deus.
Quando Adão e Eva caíram em pecado e desobedeceram a Deus eles se desviaram de Deus. Deus certamente se irou, ficou zangado com essa revolta.
A conseqüência do pecado de Adão e Eva foi perda da imagem divina. Daí por diante não conheciam mais a vontade de Deus, não eram mais santos e justos como antes. Outros resultados também apareceram, tais como: dor, doença, tristeza, cansaço, maldade, ódio e a morte.
Frente a tudo isso nada mais restava ao homem, a não ser a condenação pela sua desobediência. Mas Deus ama a sua criação e não a abandonou, antes “cuidou” para trazê-los de volta a sua presença. Deus promete a Adão e Eva o Salvador, aquele que viria para resgatá-los de seu pecado e condenação.
Assim como Adão e Eva, nós ainda hoje somos “cuidados” por Deus em seu amor. Deus continua nos amparando e derramando sobre nós as suas bênçãos.
Deus continua preservando para que possamos ter uma “auxiliadora”, uma companheira, uma ajudadora que nos acompanhe e nos auxilie no dia a dia. Certamente, por causa do pecado, a união do casamento também sofreu. O amor entre o Homem e sua auxiliadora enfrenta agora as terríveis conseqüências do pecado, e entre essas conseqüências está o divorcio, ou seja, o rompimento, a separação dessa “uma só carne”. No entanto, Deus não nos abandona, antes ele continua cuidando de nós. E esse cuidado está revelado em seu Filho Jesus Cristo: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu único filho, para que todo o que nele crê não morra, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Aquilo que para Adão e Eva era promessa, para nós é realidade. Deus perdoa, abençoa e preserva o nosso lar através daquilo que Jesus conseguiu por nós. Aonde o primeiro Adão falhou e pecou sendo desobediente a Deus, Jesus foi perfeito, sendo obediente até morte e morte de cruz (Fp 2.8), ressuscitando no terceiro dia, vencendo assim pecado. Assim Jesus se tornou o “Autor da nossa Salvação” (Hb. 2.10).
E como autor da nossa Salvação, Jesus restaurou a imagem de Deus que havíamos perdido com Adão: “e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.10). Assim, revestidos pela nova natureza a qual Jesus nos veste somos capazes agora de amar as nossas esposas e filhos e querer-lhes bem. Assim, se amo minha esposa, se quero-a bem, faço movido pelo amor de Deus. É obra de Deus sendo realizado em mim. O autor do salmo 128 reflete isso muito bem quando diz: “Em casa, a sua mulher será como uma parreira que dá muita uva; em volta da mesa, os seus filhos serão como oliveiras novas. Quem teme ao SENHOR certamente será abençoado assim”. (Sl 128.3,4). O Salmista louva a Deus pelas bênçãos recebidas e reconhece a Deus como seu criador. E entre essas bênçãos está certamente a felicidade do lar. Uma alegria e certeza que só podemos encontrar no Autor da Criação, Deus.
Certamente que esse fóssil encontrado não pode trazer aos homens a resposta que eles estão procurando a respeito de sua origem. Não pode trazer porque eles estão olhando para a direção errada, para a evolução, ou seja, como o homem fez para conseguir evoluir.
No entanto, quando olhamos para Deus e reconhecemos que ele é o nosso criador, temos a certeza de que Deus é quem nos criou e nos preservou até aqui. Deus é quem cuida de nós nos enviando uma auxiliadora para que não vivamos sozinhos. Deus é quem também vem ao nosso encontro para nos resgatar do nosso pecado, da nossa rebeldia, enviando o Salvador Jesus, o qual se tornou o Autor da nossa salvação. E como autor de nossa Salvação, Jesus nos revestiu com uma nova natureza. Assim, somos feito maravilhas criadas por Deus. E como “maravilhas de Deus”, temos o privilégio do seu amor e a certeza que fomos criados pela mão do Criador. E como maravilhas criadas pelas mãos de Deus herdamos dele também a salvação e o perdão de nossos pecados. Por isso podemos agradecer junto com o salmista Davi, reconhecendo as maravilhas de Deus: “Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem”. (Sl 139.14). Amém.

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