sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Aguardemos com expectativa a vinda do Rei da Paz - Mq 5.2-5a.
Coxim-MS - “E tu Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel...Este será a nossa paz” (Mq 5.2, 5ª). Estamos vivendo um dos períodos mais agradáveis do ano da igreja; uma época de espera e de grande expectativa por parte de todas as pessoas. O natal se aproxima, bem como as festas de final de ano e as férias. As crianças já imaginam os presentes e os doces que irão receber, e os adultos preparam a lista de compra. De fato, é um período de grande expectativa.
Quando olhamos para o período litúrgico em que a igreja está vivendo, o Advento,vemos o mesmo convite sendo feito a nós; “para aguardarmos com expectativa”. “Aguardar com expectativa para a vinda do rei que reinará com justiça o povo”: E tu Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel...Este será a nossa paz”(Mq 5.2,5ª.).Aguardar com expectativa é colocarmos a nossa confiança em Deus, certos de que Deus vem ao nosso socorro, mesmo em meio às dificuldades e tribulações. Essa era a esperança do povo no tempo do profeta Miquéias. Diante da sua situação de exploração, de injustiça e de abandono por parte dos seus lideres religiosos, os quais estavam levando o povo a ruína e escravidão, a promessa de um rei justo soa aos ouvidos do povo como promessa de libertação.
Primeiramente essa promessa lembra o povo que Deus não se esqueceu deles e nunca os abandonou. O povo é lembrado da promessa que fora feita ao rei Davi, de um descendente que governaria o povo com justiça e paz. Um reinado que não teria fim.
Em segundo lugar, a liberdade que esse rei traria ao povo estava fundamentada sobre o perdão que esse REI iria trazer para o povo. Por causa do mau governo, o povo se afastou de Deus e estavam vivendo uma falsa religiosidade, cujo qual o profeta chama de “hipocrisia religiosa”. Isaías, que viveu no mesmo tempo do profeta Miquéias, já denunciava essa hipocrisia: “Esse povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”. Essa falsa religiosidade estava presente nas ações do povo e de seus lideres, que exploravam os mais fracos e pobres, usavam de medidas falsas nos negócios, aceitavam suborno, colocavam sua confiança em alianças feitas com outros reis.O coração do povo estava muito longe de Deus. Miquéias resume essa situação ao afirmar a respeito de seus lideres políticos (Rei) e religiosos (sacerdotes e profetas): “vocês odeiam o bem e amam o mau”. Esse afastamento de Deus trouxe sobre o povo o juízo de Deus. Um juízo que se manifestaria na invasão do povo Assírio e na escravidão: “Deus vai entregar os Israelitas nas mãos do inimigo que os dominará até que nasça o filho da mulher que está para dar a luz.” (v.3).
No entanto a ira de Deus não dura para sempre, antes, o seu amor dura para sempre. Deus continuava amando o seu povo e desejando que eles vivessem diante da sua presença e do seu cuidado, por isso, promete-lhes uma salvador: “até que nasça o filho da mulher que está para dar a luz”.É Diante dessa promessa do “Rei que viria”, que o povo de Israel pode colocar a sua esperança de que seu cativeiro tinha um prazo para terminar, e que Deus mesmo iria trazê-los de volta para casa.Na promessa do "Rei da paz" presente no "Filho da mulher" o povo encontra aquilo que eles mais necessitam - a certeza de que os seu pecados foram perdoados diante de Deus.
Assim, o perdão de Deus presente no "Rei da Paz" tem para esse povo um sentido maior. Significa que a culpa dos seus pecados foram todos apagado diante de Deus e que o mesmo já não mais os acusavam e os afastavam da presença do Pai celeste. Esse perdão tornava o povo novamente participantes da aliança de Deus: a aliança de liberdade, perdão e vida que tornava o povo em propriedade exclusiva de Deus, seu povo santo e amado. É nessa promessa feita por Deus nas palavras do profeta Miquéias que o povo pode agora aguardar com expectativa a vinda do "Rei da Paz" que iria trazer a liberdade que eles tanto desejavam.
O período do natal nos convida a olharmos agora para o cumprimento dessa promessa. Ela nos convida a dirigirmos os nossos olhos e os nossos corações para a pequena e humilde manjedoura da cidade de Belém, e vermos ali o Rei que Deus enviou para nós. Mas o que nós encontramos naquela simples manjedoura de Belém?
Encontramos, assim como o povo de Israel, a certeza do amor e do perdão de Deus por cada um de nós. E,é por meio desse perdão e amor que podemos encontrar consolo para nossas aflições, amparo para quando estamos tristes e abatidos e a certeza de que Deus nos aceita assim como nós somos, pecadores, e estende para nós a sua misericórdia, o seu amor. Encontramos na manjedoura de Belém, na presença do "Rei da Paz" que ali está deitado o caminho de volta para casa. E quem nos guia por esse caminho é o próprio Deus. Assim, é na simples manjedoura de Belém, que podemos colocar a nossa expectativa,nossa esperança e nossa vida, pois é ali que Deus nos acolhe, por meio do menino-rei, Jesus,e nos torna habitantes do seu reino. Como um pastor certa vez falou: "Na manjedoura de Belém, Deus abre as portas do seu reino novamente para cada um de nós, para que assim como os pastores e magos do oriente possamos vir e servi-lo com toda a nossa vida".
Quais os benefícios de estar na casa de Deus, em seu reino? O profeta Miquéias responde a essa pergunta com as seguintes palavras: “O Rei virá e será o pastor do seu povo, governando-o com a força que o Senhor lhe dará... O Seu povo viverá em segurança... Ele trará a paz.”
Estar na presença de Deus e em seu reino é ter a certeza de que Deus mesmo cuidará de nós, ou como nos coloca o apóstolo João no evangelho do Bom Pastor: “entrará e achará pastagem, comida”.
Estaremos protegidos contra todos os perigos e todos os males, pois, o Rei é a nossa defesa. E teremos paz, pois ele não somente trará a paz como ele mesmo é a paz.
Conclusão:Viver a expectativa do Natal é aguardar, ano a ano, a vinda do rei da paz, que nos traz perdão, segurança, cuidados e a certeza do amor de Deus. E é nessa expectativa que temos a certeza de que somos amparados em todas as nossas necessidades e somos confortados e consolados em todas as nossas dores. E mais, Deus mesmo está conosco, nos abrindo a porta dos céus e dizendo: “Venham benditos, venham para a casa que eu preparei para vocês habitarem seguros e em paz”. Amém.
Pastor Elton Americo - PEL Paz Coxim-MS
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