Coxim-MS: Certa vez um jovem disse ao seu pastor a seguinte frase: “-Pastor, eu tenho vergonha de ir à igreja”. Segundo esse jovem sua igreja era pequena, tinha poucas pessoas, não cantava bem, não tinha um bom grupo de louvor e era chata. Assim, esse jovem se envergonhava de sua igreja e não ia aos cultos com medo que seus amigos o visse lá dentro.
Quantas vezes em nosso íntimo não temos o mesmo pensamento desse jovem: Não vou à igreja hoje porque o pastor vai prolongar muito o sermão, ou, tenho vergonha de ser visto em uma igreja com tão poucas pessoas, ou ainda, minha igreja é fria, sem graça, etc.
Amados irmãos, esse tipo de sentimento na verdade expressa para nós outra realidade. Quando nutrimos sentimentos como esse, de “vergonha em ir a nossa igreja”, na verdade estamos passando a mensagem aos que estão em nossa volta de que temos vergonha de Deus.
Dói muito no coração de Deus ouvir isso do seu povo a quem ele tanto ama. Como afirmou um sábio pastor certa vez: “Quando Deus olha para o seu povo e vê que eles têm vergonha de viverem sob seus cuidados em sua casa, no íntimo de Deus podemos ver as lágrimas de tristezas e decepções do próprio Deus. Deus chora quando um pecador não se arrepende e não volta para ele”.
Ao analisarmos profundamente a nossa vida, os sentimentos que temos para com a nossa fé e o nosso relacionamento com Deus, vamos chegar a conclusão que Deus na verdade é quem deveria sentir vergonha de nós. Ele criou o ser humano perfeito, coroa de sua criação e sujeitou todas as coisas ao governo humano (Hb 2. 7-8), e em troca o ser humano foi desobediente a Deus. Mesmo nessa desobediência Deus continuou amando profundamente ao ser humano (nós), e conhecedor da incapacidade em o ser humano se reconciliar com Ele, o Pai eterno envia o seu próprio Filho ao mundo para assumir a culpa do pecado de cada um de nós, morrer na cruz em lugar de cada pessoa e reconciliar a cada um novamente com ELE tornando-os novamente em seus amigos e filhos amados E a resposta do ser humano para essa maravilhosa salvação é: vergonha. Vergonha da fé, vergonha da cruz, vergonha de viver unido com Deus.
Mesmo diante de tudo isso que acabamos de ver, onde naturalmente, conforme a justiça humana, pensaríamos que Deus tem motivos de sobra para se envergonhar de nós, o autor da Carta aos Hebreus nos abre outra realidade quando afirma:
“Jesus purifica as pessoas dos seus pecados; e todos, tanto ELE como os que são purificados, têm o mesmo Pai. É por isso que Jesus não se envergonha de chamá-los de irmãos”( Hb 2.11). Deus não se envergonha de nós, pelo contrário, quando nós nos envergonhamos de Deus, Deus fica inquieto no céu agindo, movendo céus e terra para poder mudar essa nossa situação e mostrar a nós como ele nos ama e deseja que nós não tenhamos vergonha de viver unidos com ele. Deus quer mudar esse sentimento de nosso coração e transformar a “nossa vergonha” em alegria, em certeza, em testemunho vivo e eficaz da nossa salvação.
Diante desse nosso sentimento de vergonha e do amor de Deus por nós, que faz com que Deus não sinta vergonha de nós, oremos como nos ensina o salmista:
“Cria em mim ó Deus um puro coração e renova dentro de mim um espírito reto. Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação e sustem-me com um voluntário espírito. Amém” (Sl 51.10-12).
Pr. Elton Americo
